POBRE FORASTEIRO

Sou um pobre forasteiro andarilho,

Por aqui, de passagem tão somente;

Só tenho este corpo estrapilho,

Que, aos poucos, se esvai inutilmente.

Felicidade, amor, único filho...

Já tive até um nome influente,

Mas tudo já não tem o mesmo brilho,

Quando a morte se chega lentamente.

Nossa vida é só um sopro divino...

E pela porta entreaberta do destino

Passa o nobre e também passa o plebeu,

Pois mesmo ao homem mais abastado,

Tudo teve do que lhe foi emprestado

E o que tinha, de fato, nunca foi seu...

Jorge de Oliveira
Enviado por Jorge de Oliveira em 05/09/2015
Reeditado em 10/12/2015
Código do texto: T5371886
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