Soneto ao coitadismo
Pobre diabo arfando na calçada,
Que pensas tu, lançado aí? Desista,
a luta é árdua e inútil... Não resista
à inexorável ordem já traçada.
Passa-se o tempo numa vil caçada,
e a vida é dura nesta alma de artista,
o qual por mais que na beleza insista,
mais se condena à glória inalcançada.
Assim dizia o pobre menestrel
que versejava sobre flor e orvalho,
sobre o nascer do dia no papel.
Ó derrelito aedo, és o espantalho
da sociedade produtiva, o réu...
Verseje, mas que arranje algum trabalho!