Filho do poder.

Filho do poder.

O poder é um animal selvagem.

Sempre a fugir de cela e de arreio,

Devora a mão, de quem lhe traz o freio,

E junto, corpo e alma, (de passagem).

Nada lhe escapa a sanha e a voragem,

Reza; que o fim lhe justifica o meio...

Desde que seja sobre o bem alheio,

...e, não lhe mude “a cara de paisagem”!

E, segue a senda, e a sanha segue a senha,

Que diz ser “bom” somente o que convenha.

– Não vês, que a fortuna que amealhas,

Roubando o pão de tantos desvalidos,

Faz de ti o mais reles dos bandidos,

E, o número um, entre os canalhas!

HDel
Enviado por HDel em 05/09/2015
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