Filho do poder.
Filho do poder.
O poder é um animal selvagem.
Sempre a fugir de cela e de arreio,
Devora a mão, de quem lhe traz o freio,
E junto, corpo e alma, (de passagem).
Nada lhe escapa a sanha e a voragem,
Reza; que o fim lhe justifica o meio...
Desde que seja sobre o bem alheio,
...e, não lhe mude “a cara de paisagem”!
E, segue a senda, e a sanha segue a senha,
Que diz ser “bom” somente o que convenha.
– Não vês, que a fortuna que amealhas,
Roubando o pão de tantos desvalidos,
Faz de ti o mais reles dos bandidos,
E, o número um, entre os canalhas!