CAPOEIRA

CAPOEIRA

Um soco só, de baixo para cima,

Golpe seco, de canhota contra o queixo.

Carnes sangrando... Olhos roxos deixo,

Fazendo do desastre uma obra prima.

Beija o chão atordoado e se lastima

Que o cérebro badala, fora de eixo...

De sua queda extrema não me queixo,

Sim da sanha que à minha fúria anima.

É preciso saber se machucar

Certo de que algum dia ainda caio

Planando voo insólito em pleno ar.

--"Capoeira já chegou!!! -- É feito um raio

Que parte ao meio o tronco e o pelourinho.

Já contra tudo e todos só, sozinho...

Betim - 04 09 2015