LUSCO-FUSCO
LUSCO-FUSCO
A partir da duodécima hora, quando
O sol por trás das serras vai se pondo
E ao crepúsculo zoa o marimbondo
Alegre porque o dia se acabando.
Então a passarada vejo em bando
N'uma algazarra vã a que respondo
A rir como se rir um luar redondo
Eu fizesse surgir enquanto ando.
Talvez desencontrasse o extremo, aonde
Eu ia enmimesmado e só, ainda
Certo de que a alegria se me esconde.
Mas -- exacto por isso! -- fosse linda
Essa aura lilás por quanto me sonde,
Porque em melancolia o dia finda...
Betim - 03 09 2015