Pois que menino
Pois que menino, enxergas o real
de outra maneira, vês clarão na treva
e brinca enquanto a morte nos entreva
tão friamente! Oh, vida sepulcral!
Criança alegre, sabes tu do mal?
Tua inocência tanto nos enleva,
que obliteramos o pecado de Eva,
para o nascer de um dia virginal.
Não que eu me culpe dessa dor no mundo,
nem que carregue o afã de o transmudar,
pois nada tenho além de um corpo imundo.
E tu, menino puro, irás mudar...
Esquecer-se-á do puro amor jucundo,
da paz que resplandece em teu olhar...