Soneto atordoado
Não me peça perdão pelo que fiz,
sei o mal e a dor que lhe causei;
És o pouco de tudo que te quis,
e da vida é bem mais do que pensei.
És tão linda quanto o beijo que me negas,
fez cair meu amor tolo aos teus pés;
um olhar é o pouco que me entregas,
e me deixa existindo ao invés.
Caso um dia te regares de vontade,
se tocares a dor em saciedade
como sangue a descer do coração
serei corpo a clamar cumplicidade,
corrompido em servir de eternidade
ao acaso estrondoso da paixão.