POETA VOYEUR

Ele expõe seu sexo no papel

Flor branca de hímen rompido

Pelo carvão do lápis abstraído

Do tesão de uma plena lua de mel.

Sem pudor ele mostra sua carne

Aberta em ferida, aberta no cio

Ileso quer que todos vejam seu fio

De criação masturbatória sem alarde.

Ah, o êxtase do poeta exibicionista

É mostrar sua nudez intimista.

Resultado da cópula da mente visceral.

A poesia obscena destrava a moralidade anal

Antilírico, ambíguo, bálsamo vaginal.

O voyeur despeja seu gozo no olho alheio.