Vida

Calar a voz, silenciar...- Perder

o que de belo fez-se horripilante;

rasgar o ventre fingindo não ver

verter em jato o sangue fervilhante...

Morrer de amor, depois, ao fim morder

desesperadamente o lábio amante

e ao coração que insiste ainda em bater

dilacerar-lhe a carne inda pulsante!

E não ceder ao grito de partida

deixando-se levar pelo destino

no vendaval constante desta vida...

Calar a voz do amor, do desatino

e na inocência doce de um menino

saber que a vida é para ser vivida!

Ciro Di Verbena
Enviado por Ciro Di Verbena em 26/08/2015
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