Vida
Calar a voz, silenciar...- Perder
o que de belo fez-se horripilante;
rasgar o ventre fingindo não ver
verter em jato o sangue fervilhante...
Morrer de amor, depois, ao fim morder
desesperadamente o lábio amante
e ao coração que insiste ainda em bater
dilacerar-lhe a carne inda pulsante!
E não ceder ao grito de partida
deixando-se levar pelo destino
no vendaval constante desta vida...
Calar a voz do amor, do desatino
e na inocência doce de um menino
saber que a vida é para ser vivida!