ANISTIA...

ANISTIA...

Quer tão-só esquecer, seguir adiante.

Varrer para debaixo do tapete

E se possível rir, jogar confete,

N'um carnaval tão vil que esfuziante.

E eu, fico me queixando a todo instante:

-- "De novo derrotado, sim: Cacete!"

Se há pena a todo crime que comete,

Até quando intocável e triunfante?

Fez o que fez e não há punição...

Não sei o que lhe passa ao coração,

Mas vejo em seu olhar sabida culpa.

Foge, pois, adivinha-me o rancor,

Mas vamos coexistir na exata dor:

Anistia... Como? Tal não se desculpa!

Betim - 22 04 2011