Destinos...
Deus, que traça o destino às criaturas
Reservou-me o mais triste dos destinos
Sou como o pária inquieto, peregrino
Na solidão da noite infinda, escura
E não tem sido a vida porventura
Toda desgostos grandes e contínuos
Eu curvo-me porém, humilde inclino
A testa ante as mágoas e amarguras
E conformado sigo meu caminho
Mesmo crivada de cruéis espinhos
A alma contra Deus não se rebela
porque se Deus cercou-me de tristezas
Deu-me do coração a sutileza
Fez-me poeta para compreendê-las!
Soneto que encontrei dentro de um velho livro de história, cujo autor é Nerone Campos.