DO VÍCIO
No advento do infortúnio ótico,
Por onde nem o vento trespassa e geme,
Inda uma vida última teme
A este ser de um espectro exótico.
De modo que, até mesmo o psicótico,
Distante da realidade, treme;
Vislumbra o ópio e o navio sem leme,
E chora, num mar caudaloso e caótico.
E qual é a forma viva que afronta e vence,
Além d'Aquele que deveras ama,
E que torna ordem o que fora caótico?!
Enfrenta, então, quem por Ele clama,
E vence o vício, sem que seja ou pense
Ser enclausurado pelos narcóticos.