ALGAZARRA

ALGAZARRA

O riso da menina longe ecoa

Pelo imenso palácio da memória,

Erigido em louvor onde a vitória

Da infância d'ela sobre má coroa.

Olha-se e a vê: insólita pessoa

Capaz d'essa hora nada meritória...

Contudo, ainda crê que em sua história

Hão-de lembrar alguma coisa boa.

É essa gargalhada antiga, que antes

Da angústia de olvidar o que há-de bom,

Reconhece a alegria como um dom.

E não importa já quão frustrantes

Tantos anos... Se a tem ora à retina.

Olha-a e se vê: Ainda uma menina...

Betim - 22 08 2011