Confissão de um poeta
Doer dói, mas o coração tudo suporta, serei contemplado um dia
Por uma musa-sereia que, estar no cio, anuncia?
Os meu braços tremem e eu vejo, como sempre vi, mas não amo naquele tempo,
Mas depois me arrependo e fico a chorar querer amá-la a contento...
O meu amor torpe, o meu desejo que acaricia faz de mim um frustrado amante,
Mas meu suor, meu tom caliente busca na dor a suposta boca que profere versos qual beija;
Entretanto a dor, o prazer de amar, o calar e esperar faz-me antes,
Mas depois eu escrevo, transformo-me poeta, ou o que quer que eu seja...
O ar de inconstância, o mar de amizades que perdi, o amor que jamais sonhei
São tudo fruto do meu pecado proibido pelo meu livro moral,
Mas, se um dia pecar, que não seja contra a minha musa...
O amor que pude dar era ódio e deslealdade amorosa própria, e sei
Que o amor exige confiança, lealdade, e não sexo banal,
Então, se há algo além que eu odeie admitir, que Deus me corrija...