A SUA CALCINHA PRETA
Dia desses eu abri uma gaveta
De meu guarda roupas e bem fechada,
Por sorte ela estava destrancada
E eu buscava uma velha caneta.
Ali esquecida, ou até abandonada,
Qual flor murcha caída na sarjeta,
Qualquer coisa de uma vida abjeta,
Folha seca e ao frio vento arrastada.
Ao lembrar-me do que foi certo dia,
Qualquer coisa que só trouxe alegria,
Fez-me sentir bem melhor e mais bom.
Caneta não achei mas tive gorjeta,
Ao encontrar a sua calcinha preta,
Nela embrulhado um vermelho batom.