DE COSTAS PARA LOUCURA
 
Acredito ter tomado uma taça de demência
Por que pressinto que ela já me sonda
Mas ainda que a razão de mim se esconda
E o completo breu chegue à consciência
 
Nesse anti-horário não quero clemência   
Gosto desse devaneio que me ronda
Não temo da insanidade uma só onda
Pois da loucura desejo a sua inocência
 
A esquisitice do louco é sempre original
Para uns é heresia, para mim aconchego
É fugir da escravidão desse mundo normal
 
Desejo libertar-me de todo esse apego
Dessa vida de refém que me faz tão mal
Só na insânia encontrarei meu sossego!