COMO MORRE UM AMOR...

Na imperturbável quietude d'alameda,

Onde o vetusto cipreste oscila dormente,

Sibila uma fonte, melancolicamente,

As mais doces notas de uma canção de seda.

O jorro d'água vacila qual labareda,

E uma espuma nas bordas, delicadamente,

Ornava, co'as bromélias, aquela nascente,

Enquanto o sol vai tingindo toda a vereda.

Àos pés da fonte, deita-se um plácido lago,

E um cisne imponente, com sua fidalguia,

Lento... lento vagueia tendo a fonte ao lado.

De repente enriza as plumas, na travessia,

Abre suas asas e solta um grito assustado,

Ante um botão de rosa... qu' nas águas morria.

Aprendiz das Letras
Enviado por Aprendiz das Letras em 21/08/2015
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