ÁGUA DOCE
ÁGUA DOCE
Que haja esse rio doce de se olhar,
Às margens da memória, no horizonte.
A ver na curva extrema, o extremo monte
Que recebe o sol poente sem notar.
Onde os meus bons momentos têm lugar,
Sentindo o vento vir beijar-me a fronte.
Ou, ainda que outro amor me desaponte,
Crer suas águas longe o mal levar.
Há-que enternecer sob tanta amargura,
Mesmo que a vida seja mesmo dura
E meus olhos expressem tal dureza.
Não há lágrimas! Olho o rio e além
Certo que, docemente, a mim também
Leva oculto sob turva correnteza.
Gov. Valadares - 12 10 2013