Borboletras
A folha, qual salão celestial,
Iluminava linhas com vermelho
E sorteava letras pelo espelho,
Que retiniam seus sons de metal.
A palavra exibia o corpo nu,
Ao passar pelos cantos ocultados.
Jogava-se na mesa como dados,
A quebrar sua taça e o seu tabu.
E a dança prosseguia consoante
Rimas e ilusões estremecidas.
Porém, as poesias esquecidas
Ao lembrarem da música distante,
Fizeram a crisálida, dormiram;
Criaram suas asas e sorriram.