A COBRA QUE ME ENGANOU
Por dois anos e meio de namoro
Eu enganado fui em doce amor,
E agora o peito meu está em choro
Para expressar a sua fútil dor.
Desta ferida nada mais imploro,
A não ser pela paz interior,
Pois infinitamente o amor ignoro
Pela mulher de triste desamor.
Quebrou-se a preciosa confiança,
Que tanto prezo nesta dura vida,
Já que era a minha única esperança!
Pois a falsa paixão me foi mantida
Na maldita ilusão da segurança
Da boca duma cobra tão querida.
Ângelo Augusto