À flor branca da Ingazeira
Da telúrica Ingazeira, a derradeira flor
Verte dum favo, uma especiaria genuína
E, insólito, sorve, um beija-flor traquina
Do vão nectário, um irrequieto amor!
E as pétalas rosáceas, doces e perfumadas
Com melíferas polpas, sedosas e plácidas
Emanam em abundância, seivas retidas
Como se fossem, do raro âmbar, retiradas!
E a bela flor, que ao beija-flor concedeu
O néctar precioso, do seu melífluo botão
Nem se deu conta do que ocorreu;
Da ação do exíguo colibri, uma floração
Desabrochou num ápice, e a poesia irrompeu
Na flor, inoculando o amor, no seu coração!
Edson, agosto/2015