Melhor assim
Edir Pina de Barros
 
Mas de que valem dor, lamúria e luto,
se nada voltará ao que era antes,
se nunca mais seremos bons amantes,
se o amor não é mais simples, impoluto,
 
se ao lado teu a paz sequer desfruto,
e os gestos teus– outrora tão galantes –
são cínicos, vazios, arrogantes,
que calam-me. E contigo nem discuto.
 
Não sei porque chorar o fim do nada
que nos restou. Melhor ficar calada
no meu recanto, só  e em paz comigo.
 
O que me importa é haver amado um dia,
e tudo transmutar em luz, poesia,
seguir  amando o belo, como eu sigo.
 
Brasília, 16 de Agosto de 2015.
Versos alados, pg. 43
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 16/08/2015
Reeditado em 11/08/2020
Código do texto: T5348412
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