Paraíso
Na terra do nada, o tal limbo
Desamado, com os pés descalços
Com rosto negro feito carimbo
Minha alma presa pelos calços
Antes estivesse no inferno
Melhor queimando que apatia
Vais embora, ó peso eterno
Estou cansado de enfastia
Estava nesse purgatório
Em rendição, me entreguei ali
Chorando como num velório
O choro se transformou em riso
De todos lá, no perdão não fali
E assim se fez o paraíso