O escravo assalariado

O real manchado de vero cercado pro monte banir,

Donde vieram imponentes sinceros, ladrões e vis?

Eis a miséria que dantes viera e agora sentis:

Antes escravos, mas hoje soldados do inferno a sorrir...

Oh, sangue impuro, de tamanha desgraça que hoje morreis,

Vejo o choro de homens e santos, pros mesmos negais

O ardor da palavra, o beijo amado e os anos passais,

Qual lindas amantes, fadas tropicais, um dia envelhecereis...

Porém, o medo-pecado, o mal maculado do tempo sorveis,

Qual triste recado, o povo forçado à sorte volveis:

Será que Deus não tem pena dos que assim terminaram?

Homens venceram, mulheres conheceram e estes se amaram,

Mas a vida e a morte, lasciva e lasçando, os escândalos fizeram,

Pois o tempo vêm vindo e passou, mas o poeta... Este solteis...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 14/08/2015
Código do texto: T5346234
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