O escravo assalariado
O real manchado de vero cercado pro monte banir,
Donde vieram imponentes sinceros, ladrões e vis?
Eis a miséria que dantes viera e agora sentis:
Antes escravos, mas hoje soldados do inferno a sorrir...
Oh, sangue impuro, de tamanha desgraça que hoje morreis,
Vejo o choro de homens e santos, pros mesmos negais
O ardor da palavra, o beijo amado e os anos passais,
Qual lindas amantes, fadas tropicais, um dia envelhecereis...
Porém, o medo-pecado, o mal maculado do tempo sorveis,
Qual triste recado, o povo forçado à sorte volveis:
Será que Deus não tem pena dos que assim terminaram?
Homens venceram, mulheres conheceram e estes se amaram,
Mas a vida e a morte, lasciva e lasçando, os escândalos fizeram,
Pois o tempo vêm vindo e passou, mas o poeta... Este solteis...