SEDENTA DE AMOR
Esses teus olhos lindos e abrasados,
Eclipsados quão ainda atrevidos,
Devastando este corpo esbranquiçado,
Vão varrendo, vagueando meu umbigo.
Oscila ó língua calma, suave e cálida,
Neste torso à luz da lua colorindo,
Reluzindo teu semblante meigo e álida,
Teus lábios entreabertos deglutindo!
Teus seios nuns, de vasos azulados,
Úmidos, que por mim tão embebecidos,
Brilhantes, como nunca acariciados.
Porém esses pelinhos tão dourados,
O ouro fio de um arrebol entardecido
De essas coxas nunca hei transladado!