INGRATA
Cansaço pesando no rosto delata
sinais de aventuras no tempo perdidas;
nos vincos amarga a fadinha acrobata
das fés, ilusões juvenis sucumbida.
O olhar arreganha o remorso rançoso
por tantos enganos, tropeços e fintas,
porque não se apaga um passado ruidoso
tal mancha em parede, a camadas de tinta.
Procuras delícias sorvidas na infância
em que se desliza com paz em constância,
mas logo desistes; frustrada é a intenção.
Não sabes? É o preço que a vida te cobra.
A ingrata, perversa fustiga, soçobra
quem dela abusou, desvairado em paixão.