SONETO EM SANGRIA DESATADA


Amei...!
Como amasse mais que a mim mesmo
Como quem dar-se ao vinho e se embriaga
Navegando imaginariamente em doces plagas
Sem o risco de seguir em vão... À esmo.

E como em sonho... - Com esmero -
Amei...!
Qual cantor em serenatas
- Sem limites, sem fronteiras, sem bravatas -
Confessando-me, ao amor, prisioneiro.

E amei...!
Como jamais amara antes 
Cada minuto, cada momento, cada instante, 
Como nunca, jamais, amei alguém.

E haja sido, em amor, desventuroso
- Sem pirraça, por propósito, e caprichoso -
Descobri... ... - Que sei odiar também!

                         Puetalóide



********


Amei... e ainda amo!


Amei...
E ainda amo, mais que a mim
Pensei esquecer, mas na retina
Reina tua imagem...
E no peito o pulsar grita teu nome.

Amei...
E ainda amo, mais a cada dia
Tentei fugir... mas foi como
Areia movediça, quanto mais
Se tenta sair, mais presos ficamos.

Amei...
E ainda amo, as vezes um amor dolorido
Onde paira dúvidas de onde aportaremos
Nossa Nau... que rumo teremos...
Porém o horizonte há de um porto mostrar.

Amei...
E ainda amo, mesmo o amor do ódio sendo irmão
O amor matou o ódio... tal qual Caim matou Abel
Salvos estamos dessa agrura... e juntos seguiremos...
Prisioneiros do amor, sem limites, sem fronteiras, sem bravatas...

                         Sol Lopes



********


AMOR E ÓDIO


Deus sabe o quanto amei! Em vão...
Amei mais que a mim, me anulando.
Fiz do amor a embriaguês do coração,
a todos seus mistérios me entregando...

E me tornei pássaro cantante da alma
suave canção de um amor em plenitude!
Tanto amei que me esqueci dos limites da calma
e no desconhecido me joguei, em quietude...

Fiz de todos os momentos, só encanto!
Dediquei-me a alguém em doce desatino
e depois morri! Dentro de mim, o desencanto...

Esse amor tão desastrado, foi só tortura.
Mas definhou e se apagou... e sem tino
agora é ódio... por tão grande desventura!

                         Simplesmente Romântica