Ócio
Fiquei olhando o tempo da janela
Que andava sem alarde pela rua.
Estava ali, olhando a pele nua
Do tempo que passava na banguela.
A vida acontecia ali bem perto,
A cidade dormia sob o vento,
Estrangulando enfim, este momento,
Em que não se define o que esta certo.
Tranco minhas janelas, minhas portas,
Fecho minhas palavras, meu poema
Para tudo que está além do tema
E da escrita nas linhas que são tortas.
Não faço nada e o tempo vai embora,
E leva junto a culpa desta hora.