O corvo
Vejo-o num rosto visceral em ossos...
Ei-lo o defunto da tristeza extrema,
Já sinto o amor que eu dramatizo o lema...
A podridão e os sentimentos grossos.
Com que uma víscera do corvo trema
Em sangue tétrico e horroroso aos fossos!...
Que os corações sentimentais e insossos
São mais perdidos no maior problema!...
Que o inseto rói funebremente em olho,
A tua dor sangrentamente imunda,
A ave sangrada... O que eu lamento e acolho.
Putrefação, acolhimento e enterro,
Vês que um amigo especial afunda...
Sempre antropófago e espectral... Que eu erro?!
Autor: Lucas Munhoz - (07/08/2015)