Vinde, ó morte
Vinde ó morte
Jorge Linhaça
Vinde , ó morte, e dai-me guarida
Pois desta vida só levo o enfado
Foi-se o tempo em que fui honrado
Hoje o meu rosto é somente ferida
Pústula aberta sem alma e sem vida
É o que vê quem está do meu lado
Não mais um homem, apenas um fardo
Uma doença a ser suprimida.
Ah, doce dama, oscula mia boca
Num derradeiro ato de amor
Com tal lascívia que não seja pouca
Leva minh'alma pra onde ela for
Cessa o tormento desta vida louca
Nem o inferno é pior que esta dor.