Deus-Aranha

Com teia brutalíssima que assoma

Para a antropofagia morta e horrível,

É a carne decomposta e até terrível!

Na tua digestão brutal que doma!

Em que inda lhe revela o sangue incrível

Entre os dentes mortais e o horror do aroma,

Ah! Que ele é fortemente mau e toma!

Aranha - é o nome fúnebre e insofrível!

Mas se ditosa presa escapa às teias,

No horrendo olhar enxerga o fim cruel,

Num medo frio a andar, sem dó, nas veias.

Constata à boca o amargo e rubro fel,

E em vida, sente o torso em queda feia:

O algoz erige o crânio, seu troféu.

Lucas Munhoz & Marcel Beliene - (05/08/2015)

Lucasmunhoz
Enviado por Lucasmunhoz em 05/08/2015
Reeditado em 05/08/2015
Código do texto: T5336072
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