O Ourives e sua criação

Certo dia um poeta talentoso,

Pegou catorze versos mais grosseiros,

Feito o mais esmerado joalheiro,

Operou, trabalhou silencioso.

Aparou, desgastou, lixou de novo;

De novo desbastou sem exageros;

Lustrou a estrofe com o maior esmero;

Tornou o verso mais harmonioso.

Ele incrustou a preciosa rima;

Dividiu dois quartetos, dois tercetos;

Com métrica tão bela e cristalina.

E assim com o engenho mais do que perfeito,

Da arte produziu sua obra-prima,

Surgindo então o divinal Soneto.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 05/08/2015
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