O Ourives e sua criação
Certo dia um poeta talentoso,
Pegou catorze versos mais grosseiros,
Feito o mais esmerado joalheiro,
Operou, trabalhou silencioso.
Aparou, desgastou, lixou de novo;
De novo desbastou sem exageros;
Lustrou a estrofe com o maior esmero;
Tornou o verso mais harmonioso.
Ele incrustou a preciosa rima;
Dividiu dois quartetos, dois tercetos;
Com métrica tão bela e cristalina.
E assim com o engenho mais do que perfeito,
Da arte produziu sua obra-prima,
Surgindo então o divinal Soneto.