CANÇÃO PARA A MORTE
Talvez, devesse eu cantar a sorte
Da vida que em mim tanto viceja.
Mas não hei cantar essa peleja...
Meu canto, hoje, bendirá a morte
E a quem este meu canto não suporte,
Peço perdão pela minha franqueza,
Mas, se na vida existe outra certeza,
Nenhuma há maior e nem mais forte.
Por isso, quer me entendam ou não,
Oh, morte! Vou cantar-te esta canção
Até que, um dia, tu também me venças!
Tu és a parte oposta da alegria,
Mas vences nossa empáfia e galhardia
E nos nivela em nossas diferenças.
Jorge de Oliveira