DESVELO
Escrevo um poema na tarde que esvai...
Quiça, fosse leve, para tal o meu zelo.
Num verso eu escondo o soluço de um ai...
Num outro se vê, meu capricho e desvelo.
A tarde já foi, anoitece e contemplo
o céu estrelado, o silêncio me aninha.
Quem dera chegasses... Você ao meu lado...
O poema jogado sobre a escrivaninha...
Certeza é espelho, da minha saudade.
O ai que escondi a saltar pelos ares...
Na noite me embrenho... Cortino a verdade...
Não revelará mais os meus penares...
O poema eu amasso. e atiro ao desdém...
Que saiba de tudo, com certeza ninguém!