Não mais...
Não mais...
Jorge Linhaça
Já não me ponho de braços abertos
Tal como o Cristo foi crucificado
Pois se o mataram sem ter um pecado
Que não fariam, a mim, pobre inseto?
Tudo que eu penso ou tenho por certo
Pode ser nada ou tudo ao quadrado
Pois poucos ouvem o dito ou falado
Nem quando erro e nem quando acerto.
Em nada insisto, quem quiser me ouça,
Ou que se faça de moucos ouvidos
-Mesmo um penico pode ser de louça-
Quer ambrosia? Se faça servido
Quem quiser mijo que beba na poça
Vão-se as abelhas, mas fique o zunido.
Jorge Linhaça