DE QUALQUER FORMA UM SONETO DISFORME
Buscava eu assim, em linhas vãs
Suscitar um tema, sei lá, por teima.
Casar lógicas de uma rima sã
Que nesse meu verso atiça e queima.
Ao feitio de missa pronta e retórica
Ou escrevendo qualquer modo à toa,
Revolvo célere a minha prosódia
Na estrofe fútil que agora soa.
Neste ponto, arremedo um soneto,
Mas sem atentar para a métrica,
Terminando meu terceto.
Ao final, arrebanho os louros
Noutro terceto em réplica
Faltando a chave de ouro.