Santuário
Nesse templo que a vida remonta,
Desfiando o rosário do tempo,
Cada conta que conta não conta,
O que foi meu real sofrimento.
Nesse altar a tristeza desponta,
O martírio, a amargura, o tormento...
De joelhos a dor me reencontra;
Ergo aos céus meu olhar nevoento.
Minha prece é uma súplica imensa,
Reclamando as feridas, o pus...
Confiando na força da crença...
Mesmo assim não encontro uma luz.
Pois a dúvida é minha sentença,
Meu calvário, meu fel, minha cruz....