Santuário

Nesse templo que a vida remonta,

Desfiando o rosário do tempo,

Cada conta que conta não conta,

O que foi meu real sofrimento.

Nesse altar a tristeza desponta,

O martírio, a amargura, o tormento...

De joelhos a dor me reencontra;

Ergo aos céus meu olhar nevoento.

Minha prece é uma súplica imensa,

Reclamando as feridas, o pus...

Confiando na força da crença...

Mesmo assim não encontro uma luz.

Pois a dúvida é minha sentença,

Meu calvário, meu fel, minha cruz....

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 04/08/2015
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