MORRE O POETA
Não posso dizer adeus enquanto fito o horizonte.
Ouve meu silencio ao calar todo o pensamento,
na caricia doce e intensa ao tocar-lhe a fronte
perpetuada na eternidade desde único momento.
A lágrima traduz saudade, tem peso de nunca mais.
Soluços secos, doridos, oprimem coração cansado...
o peito fica apertado, atingido por golpes mortais,
e a vida some, dilui-se nas lembranças do passado.
O poeta está morto!!! Não procure verso ou rima.
Agora é morto-vivo, corpo sem alma, zumbi...
Perdida inspiração, olhar sem luz, que triste sina.
Não mais fará poemas tão belos como nunca li,
palavras ocas, vazias, assim a poesia termina...
morre o poeta, definha a emoção que um dia senti.