Pintura do Google / www.mirartegaleria.com
OLHOS OFÍDICOS [593]
Não me farejes como um cão de caça,
bela mulher de olhares peçonhentos!
Esses teus olhos são-me tão atentos,
que penetrantes seguem-me de graça.
À noite, teu luzeiro bem me laça,
em meu noturno ser marcando tentos
e acende fogaréus em mim violentos
e na minha alma faz geral devassa.
Ofídicos, teus olhos me envenenam,
contudo já sequer letais me apenam,
porque me embuçam de vital ternura.
Como atalaia, teu olhar me cobra:
é tudo o mais que de lençol me sobra
para de sóis cobrir-me a criatura.
Fort., 30/07/2015.
OLHOS OFÍDICOS [593]
Não me farejes como um cão de caça,
bela mulher de olhares peçonhentos!
Esses teus olhos são-me tão atentos,
que penetrantes seguem-me de graça.
À noite, teu luzeiro bem me laça,
em meu noturno ser marcando tentos
e acende fogaréus em mim violentos
e na minha alma faz geral devassa.
Ofídicos, teus olhos me envenenam,
contudo já sequer letais me apenam,
porque me embuçam de vital ternura.
Como atalaia, teu olhar me cobra:
é tudo o mais que de lençol me sobra
para de sóis cobrir-me a criatura.
Fort., 30/07/2015.