Opulento coração de poeta
E quem, ao ler Camões, não nos diria:
"Eis um rei! Dos mais ricos, mais honrados,
Mais alto que os barões assinalados,
Adamastor nos mares da poesia."
Ardente como o amor que nele ardia,
Ó doce Dinamene, quantos fados...
Camões, el-rei, senhor dos torturados
Poetas, que a virtude não perdia.
Dom Pedro sem a sua Inês de Castro,
Tu fosses, meu poeta, e tua dor
A todos toca, como a luz de um astro,
E há tanta humanidade em teu labor...
E há perlas, joias, ouro no teu rastro,
Caídos do eldorado interior.