Jangadeira
Texto dedicado a Aline Burgos, que chegou assim como brisa errante
Então chegastes feito brisa mansa, sem querer nada
Desdenhastes meu ser caído, rompestes os muros
Abristes portas, sem pedir licença e morada fizestes
Rompendo assim as arestas deixadas pelo passado.
Chegastes perto do inverno, a embelezar meu amanhecer
Fostes estrela, apesar de ser lua, emanado a saudade
Encontraste caído e juntamos vidas doloridas quase mortas
Enfrentando medos, rompendo desejos, refazendo o amar.
Até quando vai velejar por este mar simplório além- mar?
Mar que se faz bravio, se o que queres é a mansidão deste,
Chegastes nobre jangadeira como te roga a praga do amor.
Embora na solidão do mar, a simetria e perfeita da lua e do mar
És guia na chegada , jangadeira de mar revoltos, farol de meus dias
E que não se perca a jangada, pois ficarão sempre a olhar a lua e o mar