Enquanto o pó se espalha

Atrás de mim se alonga o solo outrora andado,

que meu caminho em terra escura e neutra encerra;

um chão que não reclusa em si amor ou guerra,

apenas marcas de um insípido passado.

Mas sei que a vida é dura, e dura é sempre a terra

onde o tesouro nosso está por Deus guardado;

porém, por minha mão, eu não o tenho achado

e o meu suor abranda o solo que me enterra.

Agora estou perplexo; a minha ação, inerte.

Num lado a glória triste, em outro a doce falha,

a qual me faz feliz, mas sem que me liberte.

Procuro a trilha certa, a via que me valha;

mas uma é de esperança, a outra orgulho verte.

Me jogo à terra e choro enquanto o pó se espalha...

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 27/07/2015
Código do texto: T5325386
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