Diálogo com a morte
 
Ouvi uma voz que me dizia,
Coisas que não sei bem explicar.
Eram sons diferentes, que ouvia,
No negrume da noite, a murmurar.
 
Reclamei do mouco ouvido, da surdez,
Então, a voz, riu de mim, a debochar.
Eu não ligo, acostumado, a toda vez,
A dizer: - Hein! Repete! Vou te escutar...
 
Veio em mim, um pensamento aloprado,
-“Se for a morte, que está vindo me chamar? ”
Ri, e debochei, com destemor...
 
Disse a ela, que estou bem preparado,
Que fosse ao chefe dela reclamar,
Porque sou revestido de amor!