A INÚTIL

A INÚTIL

De que serve amar quem já inservível?...

O escoamento do aço lhe faz dúctil.

Assim também o amor: longo e inútil!

Se a tensão no limite do possível.

Quando o amor só se mostra incompatível

Com dois a discorrer sobre algo fútil...

Costuma a melindrar, sutil e sútil,

Em colcha de retalhos implausível.

Ou ela não me ama; ou não se quer amada.

Tampouco importa a página virada

Em face do que espera em seu porvir.

Mas, seja como for, nada mais vale...

Apenas não se espere que eu me cale

Que, inútil ou não, ela me há-de ouvir.

Betim - 01 09 2008