INDAGAÇÃO
Ao recordar-me, agora, tantos dias
Que se perderam pela vida afora,
Eu sinto ainda as luzes fugidias
Da juventude que se foi embora...
Hoje, me restam essas noites frias
Da solidão que minha alma chora,
Pois já não vivo mais as fantasias
Que acalentavam os dias de outrora...
E indago ao tempo, que se esvai ligeiro:
Por que, então, não me levou primeiro
Essas recordações da minha mocidade?
Por que deixou em mim essas lembranças
Desse passado de tantas andanças,
Que hoje só me servem de saudade?