DETALHES

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Silva Filho

A noite vai passando sonolenta

Enquanto no tear sou artesão

Tecendo as nuanças do refrão

Ouvindo o relógio em marcha lenta.

Alhures ladram cães, talvez em vão.

A caravana passa e não comenta.

O cão que muito ladra não aguenta

Seguir, por muito tempo, a multidão.

Latidos não perturbam minha mente!

Pois tenho no tear um estridente

Amigo que completa o meu dueto!

Teci quatorze versos num instante.

Os cães não ladram mais (Interessante!)

Depois que declamei o meu soneto!