SOZINHOS DE NÓS
Procuro nos teus olhos, a luz que brilhava.
Sim, havia luz, e não a encontro mais...
Era nessa luz que eu me espelhava
enxergando a vida com todos seus sais!
Andávamos tão bem, pelos caminhos.
De repente, seixos, machucando nossos passos.
Na colheita de rosas, tantos espinhos
sons estranhos destoando os compassos...
E tudo foi mudando, perdendo o colorido,
não mais o afeto, o amor, ou o carinho.
Viver foi ficando triste, tão dolorido
E continuamos seguindo, sozinhos de nós
em distantes estradas, no mesmo caminho,
esperando que o tempo, desfaça esses nós!
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Comentário em destaque:
..."E quando eu não voltar
Acenda o mesmo lume de estrelas
Que eu deixei no teu olhar..."
(Canção de Oswaldo Montenegro)
"Batidas na porta da frente é o tempo
Eu bebo um pouquinho pra ter argumento
Mas fico sem jeito, calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar e eu não sei..."
(Nana Caymmi)
Lindo soneto. A sensibilidade é sua marca,
amiga da poesia. Aplausos pra ti, sempre!
- James Assaf-