AS LAVADEIRAS DO AMAZONAS 
 
Lembro das cantigas acompanhando aquelas mãos
A prancha de cedro, o porrete e a criançada por perto
Beira de rio, canta Maria! Essa moda acalma o coração
O garoto brinca com a água, mas o seu destino é incerto
 
Olha! O barquinho fazendo aquele banzeiro de repente
Lá de longe alguém acena, ela só olha e continua a lida
O sol queima a pele morena, mas ela finge que não sente
Muitas roupas ainda há de lavar durante toda sua vida
 
José foi pro puxirum fez um gancho e amolou o terçado
Ó! Maria queria eu saber seu grande sonho e ansiedade
Seu presente e futuro são eternas rotinas do passado

Mas no caminho do porto ela colhe flores de felicidade
Ah! Meu coração interiorano tudo em ti está eternizado
Esse escravo-urbano de suas origens sente saudade
 
 





Crédito de Imagem
Google Image (Lavadeiras)