Desilusões da Embriaguez Amorosa (Duplo Soneto)

Sabe-se lá, ó estimada Amália,

A que ilude a inquietação,

Porém, sabe-se aqui (noutras sabia),

Quem afaga barro co que tolos viverão.

A tempestade, querido Renato,

Ao barro dá doce sopro da vida,

Porém, há o bebum de vidar o manto,

Sob a traiçoeira monção que muda?

Eis a terra de ora morangos fartos

Em retorno ao sofrimento do barro;

Sobram frutos azedos aos relentos...

Monção quente era de fato gelada,

O Morango doce era de fato amargo,

Mas o bêbado pelas nuvens vida?

II

Sob a fruta envenenada, agora,

Lembras o barro ora terra; lavrado,

A comemorar a (paixão) loucura,

Insano é, em teu palavreado.

O solo sob chuva não irá vidar:

O amor é silêncio como câncer,

Há de se espalhar e contaminar

E, enfim, da terra barro fazer.

Mas as tuas palavras foram silêncio

Na mente do de verdes amores cegado

Condenando-se a um Estige de barro.

E o ufano pomar que ali plantaram

Sem grandes esforços se enxergava

Outros pomares ali não existiam..

Luís Alexandre

Luís Alexandre SR
Enviado por Luís Alexandre SR em 15/07/2015
Reeditado em 26/07/2015
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