Desilusões da Embriaguez Amorosa (Duplo Soneto)
Sabe-se lá, ó estimada Amália,
A que ilude a inquietação,
Porém, sabe-se aqui (noutras sabia),
Quem afaga barro co que tolos viverão.
A tempestade, querido Renato,
Ao barro dá doce sopro da vida,
Porém, há o bebum de vidar o manto,
Sob a traiçoeira monção que muda?
Eis a terra de ora morangos fartos
Em retorno ao sofrimento do barro;
Sobram frutos azedos aos relentos...
Monção quente era de fato gelada,
O Morango doce era de fato amargo,
Mas o bêbado pelas nuvens vida?
II
Sob a fruta envenenada, agora,
Lembras o barro ora terra; lavrado,
A comemorar a (paixão) loucura,
Insano é, em teu palavreado.
O solo sob chuva não irá vidar:
O amor é silêncio como câncer,
Há de se espalhar e contaminar
E, enfim, da terra barro fazer.
Mas as tuas palavras foram silêncio
Na mente do de verdes amores cegado
Condenando-se a um Estige de barro.
E o ufano pomar que ali plantaram
Sem grandes esforços se enxergava
Outros pomares ali não existiam..
Luís Alexandre