O profeta santo ama o seu deus de barro,
E o moralista rígido o seu próprio código;
O fumante adicto morre pelo seu cigarro,
E uma mãe zelosa pelo seu filho pródigo.
 
Se um ambientalista sofre pelo ar malsão,
Um botânico chora pela maltratada flora.
O pobre lamenta pelo desperdiçado pão,
Que o seu vizinho rico está jogando fora.
 
Um docente reclama se não tem discente,
Como o apressado sofre se não vê atalho
E quem veio chora por quem está ausente.
 
Se o jardim lamenta quando morre a flor
O operário sofre se não lhe dão trabalho,
E o homem morre quando lhe falta amor.
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